quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A arte hoje.

Olá amigos,
Para vocês, um texto muito bom, escrito por Manoela Bowles e que trata dos aspectos da arte hoje. Espero que seja um texto útil, que faça pensar e talvez entender um pouco mais sobre os caminhos seguidos pelos artistas da atualidade.
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Ao olharmos para as obras de arte que estão expostas nas grandes bienais de hoje, não conseguimos deixar de pensar que a arte como a conhecíamos deixou de existir. Vemos mesas e cadeiras, lâmpadas e objetos de uso comum revestidos com significados que trazem questionamentos sobre a arte e a vida.

Depois de tantas experimentações que a arte passou nos últimos tempos em busca de sua definição, temos que nos perguntar em que situação se encontra agora. Para muitos, a História da Arte chegou ao fim na pós-modernidade, pois não é mais possível dar um sentido único para ela. Essa falta de parâmetros levou ao esvaziamento do seu significado.

Mas então, como podem existir grandes feiras por todo o mundo?  Depois de tantas experimentações e questionamentos, conseguimos encontrar uma definição que dê conta da produção artística atual?

A pós-modernidade trouxe o pluralismo de estilos, reedições, citações conceituais, a explosão de meios para a arte e principalmente a aproximação com a vida comum. Mas a arte muda constantemente, de acordo com o contexto social em que se manifesta. Para saber aonde a arte está indo, temos que escrever sua história atual. Temos que encontrar uma teoria para a arte de hoje.

Não devemos nos perguntar o que é arte, mas como ela funciona hoje. Pois a arte sempre serviu como uma forma de nos compreender no mundo. A função do historiador da arte é descobrir essa função no momento para saber para onde ela está nos levando.

Hoje a arte busca uma aproximação com as pessoas. Ela sugere uma interação entre sujeito e objeto de uma forma física. A arte deve ser usada. Exemplos desse tipo estão nas galerias mais contemporâneas, que expõem cabines telefônicas, escorregas ou bolas com rostos de governantes, etc. Buscando sempre aproximar as pessoas de si, através do jogo, do humor ou da sedução, qualquer coisa que realize uma relação física entre sujeito e objeto. Assim, sua função é participativa.

O que isso quer dizer sobre a atualidade? Estamos cada vez mais nos fechando em casulos cibernéticos que nos propõem o mundo sem sair de casa? E as outras pessoas? Existem apenas virtualmente? A arte de hoje nos incita a sair para as ruas e nos relacionar, com coisas, com objetos, com tudo. A mensagem é: a realidade está ai, do lado de fora, saia e aproveite a vida.

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