segunda-feira, 21 de maio de 2012

Falando da cor através da genialidade de Kandinsky.

Olá amigos,

Existe tanto a se falar sobre Kandinsky, por isso, escolhi apenas algumas citações de seu livro: Do espiritual na Arte, onde ele trata da cor como veículo para a transmissão da qualidade e conteúdo espirituais na pintura.
Nesse livro, demonstra como as diferentes cores afetam a resposta emocional do espectador e como o seu poder psíquico resulta em vibrações especiais da alma.    
Ele acredita que as cores ultrapassam o sentido da visão, pois escreve a respeito do "cheiro das cores" e do seu "som".

Abaixo, alguns trechos extraídos do livro:
"As cores claras atraem o olhar e retêm-no. As claras e quentes fixam-no ainda com mais intensidade; tal como a chama que atrai o homem com um poder irresistível, também o vermelhão atrai e irrita o olhar. O amarelo limão vivo fere os olhos. A vista não o suporta. Dir-se-ia um ouvido dilacerado pelo som estridente de uma trombeta. O olhar pestaneja e abandona-se às calmas profundezas do azul e do verde. (...) 
Fala-se correntemente do “perfume das cores”, ou da sua sonoridade. Esta sonoridade é de tal maneira evidente, que ninguém pode encontrar uma semelhança entre o amarelo-vivo e as notas baixas de um piano ou entre a voz de um soprano e o vermelho lacado de escuro."

Para Kandinsky, a cor tem uma força real sobre todo o ser humano, que ainda estava mal estudada.
"A harmonia das cores baseia-se exclusivamente no princípio do contato eficaz. A alma humana, tocada no seu ponto mais sensível, responde.  A este fundamento, chamaremos o Princípio da Necessidade Interior."

Ainda segundo Kandinsky, é a cor, tal qual o som,  a porta de acesso direto à alma. E a forma, quer seja o delinear de um objeto ou a divisão abstrata de um espaço ou de uma superfície, interage sempre com a cor.
"... o valor de uma certa cor é sublinhado por uma dada forma e atenuado por outra. As cores agudas têm uma maior ressonância qualitativa nas formas pontiagudas, (como, por exemplo, o amarelo num triângulo) (...) Cada forma tem portanto um conteúdo interior. A forma é a manifestação exterior desse conteúdo..."

Não se pode conceber a cor sem estar ligada a alguma forma. O simbolismo da cor em Kandinsky é muito específico.  Para ele,  o efeito psicológico da cor pode ser estimulante ou doloroso.

Espero ter despertado em vocês a curiosidade por maiores conhecimentos, não só sobre a cor, mas pela genialidade desse grande mestre. Todos os seus livros são fascinantes e é um presente podermos passear por sua mente, através da sua leitura. 
Uma verdadeira viagem de conhecimento! 

Então, aos interessados por ingressar nessa jornada,  desejo uma boa viagem!!!

Lilian 

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